sexta-feira, janeiro 06, 2006

Wally está só. Pense ao contrário e crie grandes anúncios


Por Raul Otuzi

Onde está Wally?, de Martin Handford, é um livro cheio de ilustrações que surgiu no Brasil em 1990. O leitor era desafiado a encontrar o rapaz Wally em meio a multidões na praia, no camping, na rua...

E se Wally sempre aparece envolto de gente, que tal mostrá-lo sozinho? Para quê? Para surpreender, oras. Pensar ao contrário é base do pensamento criativo, como ensina Stalimir Vieira (www.stalimir.com.br).

Wally sozinho é contraste, é impacto, é disruption. E para ganhar o consumidor de vez, basta o conceito certo. Isso, claro, serve para tudo.

O primeiro anúncio é de 1994, da DM9 para a Praia do Forte Resort Hotel. Título: "Onde está Wally? Wally está aqui." Redator: Alexandre Gama. Dir. arte: Marcello Serpa

O segundo é de 2005, da Ogilvy para a Flagass. Assinatura: “Alívio contra os gases.” Criação: André Fukumoto.

Marquinhas de sol marcam o consumidor



Título do primeiro: "Galinhas nunca ficaram tão gostosas em um microondas". Do segundo: "120 minutos grátis nos finais de semana." Recebemos da Marcella, por e-mail, mais esses dois anúncios que utilizam 'marquinhas de sol', como apelo gráfico para atrair os consumidores.

Contraste, gente, contraste. Esse pode ser um recurso visual bastante útil na próxima vez que você tiver um briefing em mãos. Só não use em demasia, para não se... queimar, ok?

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Marcas de biquíni (sol) chamam a atenção e vendem

Por Raul Otuzi
Rio-Miami-Rio
todos os dias.
Cliente TAM.
DM9.
Criação: Marcela Pagano/
Felipe Massis/
Alexandre Harakawa








Título: “Bloqueador Sun Avon. Para quem não agüenta ficar muito tempo no sol.”
DPZ. Redação: Carlos Schleder. Direção de arte: Ana Paula Figueiredo


Título: "Para ter um verão de verdade, exija estas marcas. Havaianas. "
Almap. Redator: Alexandre Gama. Dir_arte: Newton Bento


Contraste. Eis o motivo. A oposição acentuada entre o claro e o escuro se sobressai perante os nossos olhos. Tem impacto, evoca nosso olhar. E daí, se o conceito é bom. Bingo. Estamos fisgados, de público-alvo passamos a consumidores.

Agora, as marquinhas de sol têm ainda outra vantagem: o da sexualidade. Ou seja, é o contraste visual aliado ao apelo sexual. Dupla força de atração. Querem mais? Eu quero. Já que o assunto é sol, que tal dar as caras, hein, astro rei? Adeus, chuva!

E o melhor anúncio de sutiã up é...


No post de 9 de dezembro, perguntamos também qual era o melhor anúncio de sutiã (dos três postados), que levanta e aproxima os seios. Em primeiro lugar, ganhou o da Liz, com 9 votos.
A peça é de 2003, criação da Almap. Redator: Marcelo Nogueira. Dir_arte: Alexandre "Rato" Pagano.

Em segundo lugar, ficou o do crucifixo, com 5 votos. (Não temos a ficha técnica.)

E em terceiro lugar, o anúncio da dobra: 4 votos. A peça é de 1995, criação da DM9, nos bons tempos do Nizan. Título: "A dobra da revista é só pra dar idéia do que o sutiã Double Effect faz com você." Redator: Carlos Domingos. Dir_arte: Roberto Cipolla.

Nossa análise: primeiro lugar justíssimo. O contraste visual (vamos falar mais disso) chama a atenção, atrai o interesse e desperta o desejo de ter o produto logo, porque passa o benefício de cara, na hora.

Só não concordamos com o segundo e o terceiro lugares. Inverteríamos a ordem. O do crucifixo é genial, mas semiótico demais, para publicitário ver, como alguns comentaram. O da dobra da revista dá o recado de forma mais rápida e acentuada. Salta aos olhos.

Ninguém fez um anúncio melhor que esses


Sexta-feira, 9 de dezembro, a gente postou um desafio, criar um anúncio para o Sutiã Up (nome fictício). Idéia a ser comunicada: aproxima, levanta e aumenta os seios. Como referência tínhamos os três anúncios aí de cima.

Bem, recebemos só dois e-mails com propostas de solução criativa. Mas ambos tinham apenas texto, sem layout, nada. Das duas uma: ou ninguém entra nesse blog ou ninguém conseguiu fazer um anúncio bacana.

Quem quiser provar o contrário, o endereço taí: ehduca@hotmail.com. Se vier coisa boa até segunda, a gente publica. Se não, morreu o assunto.

A lei do contraste simultâneo das cores

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Livro de Michelle Eugéne Chevreul e editado em 1839. Nesta obra, Chevreul expõe o seu estudo sobre a percepção das cores em simultaneidade.

Chevreul tirou diversas conclusões, que podem ser verificadas facilmente por observação. Por exemplo, concluiu que uma cor fria e uma cor quente justapostas se exaltam simultaneamente.

Assim como uma cor quente com uma cor quente se esfriam, ao contrário de duas cores frias, que se aquecem. Uma cor clara num fundo escuro fica mais viva e o cinzento ganha a cor complementar à que lhe está justaposta.

Este trabalho influênciou muitos artistas e estudiosos, como o pintor Georges Seurat.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Com essa foto a Talent vendeu...


O pay-per view do Brasileirão 2005 na NET.

Muita gente já tinha visto o anúncio, mas mesmo quem não viu chegou perto do conceito, e propôs soluções criativas para a própria NET ou para a Sky. Desses, destaco o título: "Sky. Imagem sem chuva na sua sala." Simples e direto. Ok, Fernando.

Outro:
"Existe um jeito muito mais divertido de se molhar da cabeça aos pés. Wet'nWild. O melhor parque aquático do mundo." Pertinente, instiga as pessoas. Valeu, Visceral.

Agora, para mim, o melhor é:
"Futebol na rádio CBN. Onde as palavras valem mais que mil imagens." Conceito adeqüado, relevante e criativo (inverte o senso-comum). Parabéns, Machado - RJ.

Claro, que vocês podem e devem ter opiniões diferentes. Mas é assim mesmo. Quando o briefing é passado ao contrário os pontos de vistas são ainda mais divergentes. Vale a troca de idéias. Abraços,

Raul Otuzi

terça-feira, janeiro 03, 2006

A melhor campanha de fim de ano






Por Raul Otuzi

A Talent mandou bem na campanha de fim de ano para o Banco Real. Com o objetivo óbvio de passar uma mensagem de otimismo, o tema adotado foi: “Faça algo de real pela sua vida.” O texto tem uma métrica interessante, vende a necessidade de sermos mais dinâmicos, como por exemplo: "Não basta você amar a sua mulher. Precisa dizer para ela de vez em quando."

Mas o que mais chama a atenção é a estética, recheada de ilustrações zen, que evocam a natureza, palavras decoradas que lembram arabescos. Aliás, essa é uma tendência visual forte, usada pela Wieden & Kennedy no seu filme 'Grrr' para a Honda (vencedor do Grand Prix no festival de Cannes 2005 - www.dandad.org/awards2005/entry.asp?entry_id=V_13895)
e pela Almap para as Havaianas em sua campanha verão 2006, só para citar duas.

Esse seqüencial de oito páginas saiu na Revista Época, que tem como título de capa o emblemático: SORRIA!

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Com essa foto dá pra vender o quê?


E já que chove chuva, exercitem a imaginação e criem um anúncio a partir dessa foto aí de cima. Qual o conceito é possível extrair dela? Pensem. Vamos chover no molhado, as alternativas são inúmeras. Na quarta-feira, a gente publica a foto sem cortes, com o título e a marca do cliente.

Faça chuva ou faça sol, criatividade sempre

Por Raul Otuzi

Comecinho de ano. Não sei aí, mas aqui em RP está chovendo que é uma beleza. Por isso, peguei carona neste assunto para entrar em 2006 reforçando que em criação publicitária tudo pode ser qualquer coisa, qualquer coisa pode ser tudo. Basta imaginar. Chuva, por exemplo. Serve para vender uma infinidade de produtos, serviços, campanhas sociais. Para ilustrar, vejam as cinco peças que postei. Clientes diferentes, abordagens diferentes, mas um ponto em comum: a chuva como gancho de criação. Seja na imagem, seja no título. Vejam. Algumas são bem conhecidas.



Banho de criatividade em mídia exterior. Em vez de estragar os painéis, quando chove a mensagem fica completa, potencializando a comunicação. Isso que é usar as intempéries do mau tempo a seu favor. A campanha contra a dengue alerta para não acumular água em casa, a campanha da Playboy da Alemanha incita: rapazes, rezem para chover. Rezemos.

Anúncio da McCann Rio para a Mobil. Título: "Motos já foram usadas em muitas guerras. Contra os alemães, contra os ingleses e contra o tédio." Redação: Pedro Prado e Renato Jardim. Direção de arte: Frederico Vegele.

Mais um da Almap para as Havaianas. Título: "Repita o mantra. 'Não vai chover'... 'Não vai chover...' Havaianas Flash." Esse aí tem a redação de Cássio Zanatta. Direção de arte: Danilo Siqueira / Marcus Sulzbacher.

Clássico da propaganda. Anúncio de 1988 para angariar fundos para o Pelourinho. Direção de arte: Kélio Rodrigues.Texto de Nizan Guanaes (show), com direção de criação de (clap! clap! clap!) Washington Olivetto, na época em que trabalharam na W/GGK. Quem não conhece, é obrigatório: clique www.dpto.com.br/historia/aulared.php e leia o texto. Ah, e veja os outros anúncios da campanha. Imperdíveis!